CuriosidadesDaniel AlipertiGuru do PedalMountain BikePedale

Deixe de ser um “rolha” de trilha !

O EXPERIENTE BIKER DANIEL ALIPERTI ELABOROU MAIS 14 DICAS COM TÉCNICAS DE PILOTAGEM E DE COMPORTAMENTO NO MOUNTAIN BIKE.TORNE-SE UM PILOTO MELHOR, PEDALE COM MAIS SEGURANÇA E DIVIRTA-SE MAIS NAS TRILHAS!

Reprodução REVISTA BIKE ACTION

  1. Aprenda a técnica antes de aumentar a velocidade

Um conhecido slogan publicitário: “potência não é nada sem controle”.

Hoje, é muito comum ver bikers fortíssimos/as nas subidas e planos que reduzem a velocidade drasticamente quando chegam os trechos técnicos.

Alguns bikers ao perceberem que estão atrapalhando quem tem mais habilidade insistem em não abrir passagem. Por não admitirem ficar para trás em uma situação que claramente não se prepararam tão bem quanto quem está querendo fluir descida abaixo.

Existem escolas que ensinam técnicas de pilotagem em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Tente encontrar uma que seja mais conveniente e deixe de ser um(a) “rolha” de trilha.

2. Cortesia e preferências na trilha

FOTO: SPECIALIZED BIKES

Uma das seis regras da IMBA (International Mountain Bicycling Association) é dar a preferência corretamente e procurar avisar outros
usuários da sua presença.

Em trechos com visão bloqueada, grite “bike” em voz alta algumas vezes, soe a campainha ou apite.

Animais e pedestres têm preferência sobre ciclistas.

Pare e espere que passem, para depois prosseguir.

Biker subindo tem preferência sobre quem está descendo, e o correto é parar e deixar quem está subindo continuar sem interrupção.

3. Visão aguçada

FOTO: SPECIALIZED BIKES

Leia a trilha o tempo todo como um sonar, mantendo o foco a 2 ou 3 metros de distância, antecipando o que pode prejudicar sua fluidez (mudanças de direção, raízes, valetas, saliências, pedras etc.). Você tem tempo adequado de reação, mantém a marcha correta para pedalar na cadência e velocidade ideais e preserva sua energia para manter o embalo à medida que o terreno complica ou o relevo se altera.

A bike vai para onde estamos olhando.

4. Giro ideal

FOTO : SPECIALIZED BIKES

Quando começar uma descida, teste a relação de marcha em que
se encontra, para saber se está condizente com a velocidade e evitar pedalar em falso ao retomar o movimento nos pedais, o que pode gerar descontrole e perda de embalo.

5. Trabalhe a força

FOTO: SPECIALIZED BIKES

Você poderá manter uma relação mais longa nos momentos
onde a aceleração deve ser rápida e eficaz. Girar a 100 rpm em algumas situações (terreno muito solto, saídas de curvas, finais de subida, entradas de rampas) não trará mudanças de velocidade rápidas o suficiente para gerar a reação desejada.

6. Aprenda a manter o embalo

Reprodução REVISTA BIKE ACTION

É uma ação que requer prática e boa intimidade com a relação de marchas, para vencer obstáculos de toda a sorte – como tops íngremes e sucessivos, transposição de valetas, raízes ou troncos e pequenos saltos – e economizar energia. Antecipar a troca de marcha é muito importante para não ficar
fora de ritmo na hora de manter a velocidade ou vencer o relevo à frente.

7. Treine a distribuição de peso

FOTO: SPECIALIZED BIKES

Visa manter a tração ou estabilidade e conseguir vencer obstáculos difíceis. É um exercício que deve ser feito paralelamente ao exercício de conhecimento das relações de marchas e seus efeitos. A regra básica
é: à medida que o terreno se inclina positivamente, seu peso deve ser proporcionalmente transferido para a frente da bike. Nessa situação, o selim é um limitante e a flexão do tronco e dos braços é fundamental
para manter a estabilidade e a direção. Praticando você irá perceber o ponto certo e saberá ajustar o limite. Peso demais na frente afeta a tração na roda traseira. Já na descida é justamente o contrário: quanto mais íngreme, maior a necessidade de deslocar o seu peso para trás – em algumas situações o pneu traseiro é o limite!

Outros itens devem ser observados, como o formato e ângulo do selim, para facilitar a mobilidade e sustentar pedaladas na ponta, quando necessário, e o comprimento da mesa, pois quando muito longa, você não consegue ir para trás o suficiente.

8. Planeje a rota

Reprodução REVISTA BIKE ACTION

Estude o caminho com antecedência. Se você já conhece a trilha, procure memorizar cada trecho para definir a velocidade e postura a tomar. No
caso de uma trilha nova, procure estudar o mapa, altimetria etc. Levante o máximo de informações sobre o local para saber dosar o ritmo, a comida e chegar bem.

9. Ajuste o ritmo ao gradiente e extensão da subida

É comum ver ciclistas entrando com tudo numa subida e morrendo um quilômetro depois, quando o final está ainda a 3 km de distância. O ideal é sempre começar mais devagar do que o seu corpo permite, e ir acessando a energia e dosando o ritmo progressivamente. Deixe sempre um pouco no “tanque” para o final. Quem queima todos os cartuchos logo no começo, fica sem munição para o fim do desafio! Isso vale para qualquer subida. Ajuste o ritmo para 500 metros ou 10 km. Conhecer a altimetria ou obter informações com outros ciclistas é a chave para um bom resultado.

10. Pedal em “3 ou 9 horas”

Reprodução REVISTA BIKE ACTION

Na descida e em trechos de single track, mantenha os pedais na posição paralela ao solo (posição do relógio, 3 ou 9 horas), para evitar que o pedal colida com obstáculos e para lhe ajudar a sair do selim e se movimentar
com mais facilidade.

11. Antecipe os movimentos

Evite frear em cima da curva ou obstáculo. Evite derrapar e aprenda a modular a frenagem, para não perder o embalo. Você perde menos embalo e cava menos a trilha, evitando que se inicie um processo de erosão.

12. Use os pés para melhor equilíbrio

Reprodução REVISTA BIKE ACTION

Não existe regra que diga que os pés devem ficar “clipados” o tempo todo. Em terrenos descompensados (“off-camber”) ou mais lisos e em algumas curvas mais fechadas e com solo instável, solte um dos pés do pedal de encaixe para se preparar para eventuais instabilidades e perda de controle. No off-camber, é o pé mais perto do chão; na curva, o pé de dentro.

13. Use o corpo como base da estabilidade e velocidade

Reprodução REVISTA BIKE ACTION

Lembre-se dos ensinamentos do BMX e pistas de pumptrack, em que, ao usar o movimento do corpo para passar uma rampa, é possível ganhar velocidade. Use o corpo para ganhar fluidez e manter o embalo e a velocidade. Uma das melhores coisas para vencer obstáculos e ganhar base para progredir para os saltos (se esse for o desejo) é estudar, praticar e praticar mais ainda o American Bunny Hop. Há diversos vídeos que ensinam essa técnica fundamental na internet.

14. Aprenda a fazer curvas

Reprodução REVISTA BIKE ACTION

Mantendo uma boa linha, o controle, a estabilidade e a velocidade melhoram consideravelmente. A regra básica da tangência é o que
determina uma boa linha. Ou seja, inicie a curva na parte de fora e vá fechando à medida que se aproxima do ápice, dirigindo-se para fora novamente na saída. É claro será necessário desviar de obstáculos que
irão prejudicar a estabilidade nessa linha. Nesse caso, tente fazer a linha mais próxima da tangência ideal, mas desviando do problema. Assista provas de MotoGP e F1 para entender melhor o conceito e experimente.

Ressalva: em estradas de terra com tráfego moderado a intenso de motos e carros, não se deve tangenciar e passar para a contramão, especialmente nas curvas “cegas”. A chance de encontrar um veículo na direção oposta é grande e o perigo de um acidente grave é enorme.


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